domingo, 17 de janeiro de 2010

Já fomos!


Toda a gente sabe que Portugal está nas ruas da amargura. Mas nem todos ainda percebemos que estamos a um passo da ruína completa. A certidão de óbito acaba de nos ser passada pela Moody’s, eminência das taxas a que os países pagam os seus empréstimos.

Só na última semana, os derivados financeiros que cobrem os riscos de crédito (credit default swaps) subiram 35% no caso português. Ou seja, a nossa credibilidade financeira sofreu em oito dias um rombo de todo o tamanho. Porquê? Porque lá fora já ninguém acredita que o Senhor Engenheiro seja capaz de nos tirar do buraco onde nos enfiou.

Em termos muito simples, precisamos cada vez mais de dinheiro para pagar o que devemos e quem nos empresta está a fazê-lo a juros cada vez mais altos. Imagine que tem um empréstimo para a casa e que este comporta um spread de 0,7%, um valor normal para um devedor de risco médio. O problema de Portugal é que já ninguém nos concede empréstimos com um spread inferior a 1,2%, o que é uma exorbitância.

Com valores daquela ordem o que acontece? Tudo o que produzimos destina-se apenas a pagar o serviço de dívida – e não chega! Por isso a Moody’s é clara: Portugal entrou no chamado corredor de morte lenta. A única saída consiste em três palavras: poupar, poupar e poupar.

Sócrates contrapõe com outras três palavras: TGV, aeroporto e auto-estradas. Ou seja, mais despesa. Enfim, a certidão está passada. Só falta assiná-la. Obrigado, Senhor Engenheiro…

2 comentários:

  1. Olha! OLha! O Sócrates a rezar.

    Mas por quem? Por ele? Ou por nós?

    A esta hora, depois de ter visto tanta ajuda humanitária enviada para o Haiti, na consequência do terramoto, estará ele a rezar para que tenhamos também um sismo, claro que em menor escala, mas que deite abaixo uns quantos edifícios, como o Palácio de Belém, o Palácio de Palmela (sede actual da Procuradoria Geral da República), na Rua de S. Nicolau, n.º120 em Lisboa, também dava jeito que viesse abaixo,etc...

    Resumindo se caíssem uns quantos edifícios, morressem uns quantos sem abrigo que só dão má imagem da Capital...o "nosso" Primeiro-Ministro da propaganda, acenava prontamente e em desepero, aos parceiros europeus que logo viriam em nosso auxílio...com um bocadinho de sorte até nos perdoavam as dívidas externas como nós fizemos com alguns países dos Palop.

    Reza Sócrates, reza!

    Najla Samara

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  2. O poupar,poupar,poupar cabe-nos a nós, porque ele vai continuar é a gamar,gamar,gamar os nossos bolsos para poder pagar,pagar,pagar aquilo que "devemos", isto é, se conseguir, o que não acredito!!

    Venham mais "Elefantes Brancos" porque o país precisa é de se afundar um bocadinho mais!...

    Morte lenta?Acho que vai é ser morte muito rápida!...

    Oremos, tal como ele!!!!

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