quarta-feira, 27 de abril de 2011

Palhaços somos nós!


Eu sei que é muito aborrecido dizer “estão a ver como eu tinha razão?”. Pois é, mas a verdade é que Portugal afundou-se como um prego ferrugento num redemoinho e não foi por falta de avisos. Há mais de um ano que aqui, neste blogue, se exortava os políticos a que adoptassem medidas muito sérias para evitar a situação que hoje vivemos. E se eu, um mero cidadão, sabia (não por ser alarmista, mas porque estava aos olhos de todos...), que dizer da gentalha que nos governa e dos que gravitam em torno do Poder?

Na minha opinião (embora saiba que para o Poder opiniões como a minha servem, quando muito, de papel higiénico...), o que se passou em Portugal nos últimos meses (já para não dizer anos) foi um crime de enorme gravidade e deveriam, como é evidente, ser assacadas responsabilidades a quem prevaricou. E foram muitos. E não só do PS. Veja-se,por exemplo, o caso dos submarinos, onde há gente presa na Alemanha (mas em Portugal está tudo bem, obrigado...).

O primeiro grande responsável tem rosto e nome. Chama-se José Sócrates e ocupa (ainda...) o cargo de primeiro-ministro. Não vou estar aqui a lançar atoardas sobre um eventual enriquecimento ilícito deste cavalheiro (Freeport's, sucateiros e quejandos são apenas a ponta do icebergue...), mas gostaria de saber, tão-só, por que é que demorou tanto tempo a pedir ajuda? Não está em todos os livros e manuais que se deve pedir auxílio quando os juros da dívida tocam na fasquia dos 7%?

Sócrates nada fez por duas razões – primeiro porque, como político medíocre que é, coloca os interesses do partido acima dos do país. Assim, fez os impossíveis para só pedir ajuda depois das eleições, de forma a não imputar a vinda do FMI única e exclusivamente às asneiradas socialistas; depois porque, como diz e muito bem o Professor Freitas do Amaral, perdeu a noção da realidade – é soberbo, teimoso, casmurro, irresponsável e incompetente e persistiu em continuar a conduzir o país a 200 à hora, mesmo sabendo que à frente estava um muro, contra o qual, como é evidente, nos atirou de cabeça.

Repito, não sei se Sócrates enriqueceu ilicitamente ou como enriqueceu (embora todos saibamos que é rico quando antes era pobre...), nem sinceramente isso me interessa para nada. Nem me interessa se é engenheiro ou se tirou o curso ao domingo. Sei, isso sim, que eu e os meus filhos vamos pagar pelas asneiradas e burrices cometidas por este senhor. Vocês também vão pagar. Todos vamos. Desculpem, e este cavalheiro vai continuar a andar por aí como se nada fosse? A rir-se de todos nós? Não acham que já chega de impunidade?...