quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Alô, diga lá outra vez???!!!...


Que eu era roubado pelo Estado já sabia, pela ladroagem do BPN, Freeport e quejandos também. Agora ser roubado pela dita merdocracia que nos tutela é que, confesso, foi uma novidade. Dizem, eu continuo a não acreditar, que Cavaco Silva ganhou as eleições presidenciais. Mas ganhou porquê? Porventura foi ele que teve mais votos? Mentira! Quem ganhou as eleições foram os Portugueses, que disseram alto e bom som que estão fartos desta palhaçada.

É verdade que, há cinco anos, Cavaco teve legitimidade democrática para reclamar a vitória. Porquê? Porque obteve 50.59% dos votos. E se imaginam que Manuel Alegre (com os seus 20.72%) ficou então em segundo lugar desenganem-se, porque esse lugar foi ocupado pela tríade abstenção-brancos-nulos, que alcançou 35.25% dos eleitores inscritos.

Consta que agora Cavaco teve 52.94% dos votos. Ou seja, uma suposta maioria absoluta. A Matemática (ou Estatística, chamem-lhe o que quiserem) é de facto uma coisa muito engraçada. É que as minhas contas são simples e fáceis de fazer – a abstenção foi de 53.57%, os votos brancos e nulos, somados, ascendem a 6.19%. Ora isto dá 59.76% (o que significa que em cada 10 Portugueses há pelo menos seis que desprezam estes ladrões). Mas então quem é que ganhou?

Acontece que a nossa dita democracia (assim mesmo, com letra pequenina) arranjou umas regras muito engraçadas – votos brancos e nulos não são validamente expressos e não contam para a percentagem final atribuída aos candidatos. Muito menos a abstenção.

Agora eu pergunto: se a abstenção mais os votos brancos e nulos, em vez de 59.76%, alcançar uns 70% ou 80% continua tudo na mesma? Será que há uma fasquia para a ilegitimidade? Serão 69.99% ou 79.99%? Talvez 99.99%?...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sem palavras


Se um qualquer Português - que toda a vida trabalhou e sempre cumpriu com o seu dever – ficar a dever 100 euros, por exemplo, às Finanças é de imediato ameaçado com uma penhora. Se um qualquer desgraçado, por exemplo no desemprego, deitar a mão a 100 euros para dar de comer aos filhois vai parar à cadeia. É assim mesmo e todos sabemos que é assim. Como também sabemos que há leis para o comum dos mortais e outras para os chicos-espertos, ou seja, os que estão sob o guarda-chuva de qualquer aparelho político, de preferência ligado ao Poder.

Vem isto a propósito de um inquérito levado agora a cabo pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no Banco Privado Português (BPP, o qual onde o impoluto Manuel Alegre fez publicidade...). Pois bem, o que foi apurado é que houve ali um roubo. Não de 100 euros, nem de 100 mil, mas de... 100 milhões! Os culpados já estão identificados. Penhoras? Nenhuma. Prisões? Nenhuma.

Pois está claro que não podia haver consequências. Quem são os culpados? Vejamos – segundo a CMVM, trata-se de o senhor presidente do BPP, João Rendeiro, e de outros dois administradores, Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital. Todos estão acusados de branqueamento de capitais, burla, fraude fiscal e falsificação.

A investigação, tutelada pelo Ministério Público e levada a cabo pela Polícia Judiciária, sob a supervisão do DIAP, anda agora numa roda-viva, tentando apurar onde estão os 100 milhões. Sabe-se que, até agora, apanharam uns trocos, estando o grosso da quantia em paraísos fiscais.

Com franqueza faltam-me palavras para descrever o índice de despudor e sem-vergonha a que chegou este País. Perante uma impunidade total, os Portugueses são roubados e espoliados diariamente por uma clique miserável, cujo destino outro não deveria ser senão encostá-los a uma parede, tanto mal têm feito a Portugal. Porém, aposto singelo contra dobrado que estes senhores vão direitinhos para Cabo Verde passar os restos dos seus dias a comer lagosta no resort de Dias Loureiro. E vão em executiva.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Dois países


Os Portugueses estão a perder o sentido da realidade das coisas. Cada vez mais, há dois países – um pequenino, onde uma escassa minoria vive na opulência; outro enorme dentro da pequenez deste retângulo e que abarca a hoje esmagadora maioria dos pacóvios que habitam este quintal mal amanhado e que fazem o que podem para sobreviver um dia para voltarem a lutar no dia seguinte.

Tive uma perceção clara deste estado de coisas a assistir ao “Milionário Alta Pressão”, apresentado por José Carlos Malato, personagem com quem simpatizava e que, gradualmente, se transformou num pedante e pretensioso sem par, porventura para compensar a sua inabilidade para os talk-shows com que sonhou.

Perante um concorrente vindo de Vila Nova de Foz Coa, um jovem simpático, simples como só as gentes do interior ainda sabem ser, Malato perguntou: “Estava aqui a ver por onde andou... ó homem, você só foi a Paris?... Tem pouco mundo, hein? Com a sua idade já deveria conhecer mais coisas...”. O rapaz encolheu os ombros, envergonhado, e calou-se, resignado perante o enxovalho. Terá porventura pensado: “Pois, se eu tivesse o teu guito...”.

Pois é. Não foram só os bichas que perderam a vergonha. Os ricos também (embora no caso presente a verdade se adeque a ambas as vertentes...). Com o País a rebentar de miséria (só não vê quem não quer...), existe hoje um completo despudor – jóias, festas, iates, ferraris, mansões... tudo é mostrado às escâncaras, para que os pobrezinhos se roam de inveja.

Mal-educados, mal-formados, os novos-ricos não se coíbem de exibir a sua prosperidade, obtida na maioria dos casos à custa do zé-pagode, como sucede no caso dos gestores, que ganham numa hora o que muitos trabalhadores suam para receber num ano.

É o caso de Proença de Carvalho, o “responsável” com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia. E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que desempenha funções semelhantes em mais de 30(!) empresas.

Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião. É obra!

A lista de “responsáveis” como Proença de Carvalho é imensa, nela avultando nomes como António Nogueira Leite, José Pedro Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro, também eles “trabalhadores” incansáveis e, claro, regiamente pagos. Para se ter uma ideia da magnitude do que esta gente recebe, basta ver que por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI-20, os administradores não executivos - ou seja, sem funções de gestão, ou seja, os que nada fazem... - receberam em 2009 a módica quantia de 7427 euros. E é uma lista sem fim...

A isto acresce o que todos sabemos: salários e mordomias de príncipe para os altos cargos da Função Pública, das fundações, dos institutos, da RTP. É um fartar-vilanagem de tal ordem que não me surpreende que essa gente se espante que haja um Português que, do mundo, só conhece Paris...

Eles, os nababos, conhecem tudo. De fato, só os cinco mil milhões de euros que roubaram no BPN e vão ser pagos por todos nós dão para muita limousine, muita jóia, muita festa nos casinos. Os outros, os Portugueses que do mundo só conhecem Paris, ficam do lado de fora, a vasculhar os restos nos caixotes do lixo.

Portugal, dois países de costas voltadas. Até ao dia em que se olhem nos olhos e desatem aos tiros. Estúpidos.



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domingo, 2 de janeiro de 2011

Eu também sou tarólogo!


O novo ano vai ser fantástico, uma espécie de plataforma para o que espera os Portugueses no dealbar de 2012: a completa ruína, com o País reduzido a uma pálida imagem das promessas que pareciam possíveis apenas há uma década.

Daqui a um ano, digo-vos eu, centenas de milhar de jovens terão abandonado o País, tal como o fizeram os seus pais nos idos de sessenta. Portugal, arruinado, passará de novo a sobreviver das remessas enviadas pelos novos emigrantes.

Assistiremos a um êxodo das grandes cidades, com retorno de muita gente às aldeias onde nasceram os seus ancestrais. Aí tentarão enganar a fome com o que a terra dá. O problema é que não o sabem fazer, pois cultivar e criar animais é uma ciência que não é para qualquer um.

Digo-vos eu que, no início de 2012, estaremos pior que há 50 anos. Na altura era mau, mas tínhamos ainda um aparelho produtivo – fábricas, pescas, agricultura. Hoje não temos nada. O escudo era mau, mas muito melhor que o euro. Abençoada União Europeia, que nos mandou rios de dinheiro para nada fazermos e destruirmos o pouco que tínhamos!

Nunca, em tempo algum, uma previsão foi tão fácil. A Segurança Social vai falir – as reformas serão reduzidas para metade e, com os parasitas sem subsídios, a criminalidade vai disparar. A nossa sorte é que o banditismo será quase exclusivamente português, pois os imigrantes (africanos, brasileiros e eslavos) serão os primeiros a abandonar o barco. E fazem eles muito bem.

Os que, hoje, estão ainda escudados na falsa segurança de grandes empresas (PT, EDP e quejandos) vão ver o seu nível de vida andar para trás de forma acentuada. Os restantes deambularão por aqui e por ali, pois não haverá emprego para ninguém.

As forças de segurança tentarão pôr ordem na coisa, mas acabarão por se cansar e haverá um golpe de Estado, destinado a evitar que o Poder caia na rua. Ninguém nos virá estender a mão – a Espanha, a Irlanda, a Grécia, a Itália e a própria França estarão na mesma situação. Será o fim da União Europeia tal como hoje a conhecemos.

José Sócrates, Mário Soares, Guterres, Cavaco, Durão Barroso e outros vão meter-se num avião e voar para Cabo Verde, onde passarão os restos dos seus dias a apanhar banhos de sol e a comer lagosta no resort de Dias Loureiro.

E será assim 2011. Viva o 25 de Abril, viva a democracia, viva a União Europeia! Ah!, e seremos todos obrigados a aprender Alemão, por ordem expressa desse camafeu chamado Angela Merkell.