sábado, 29 de maio de 2010

Continhas fáceis de fazer



O projecto do TGV (Lisboa-Madrid) vai custar, dizem eles, seis mil milhões de euros ao Estado Português. Ora sabendo nós como as coisas são, irá custar pelo menos 12 mil milhões, a que teremos de acrescentar mais uns pozinhos pela terceira travessia sobre o Tejo. Mas pronto, fiquemo-nos pela dúzia que é mais barato. Agora vejamos.

O Chefe garante que o TGV vai criar 36 mil postos de trabalho. Mentira! Quando muito criará um terço desse número. E já é uma perspectiva optimista. Ora se foram criados 10 mil postos de trabalho isso significa que cada empregozinho irá ficar pela bagatela de 1,2 milhões de euros.

Desculpem, estão a brincar comigo ou quê?... Mais de um milhão de euros para criar um posto de trabalho? Mas estamos todos parvos? Qualquer merceeiro com um mínimo de experiência na área empresarial sabe perfeitamente que é mais do que viável criar um posto de trabalho com 50 mil euros! Seja no comércio, na indústria ou no sector primário.

Ou seja, com 12 mil milhões, desde que fossem parar às mãos de empresários responsáveis, criar-se-iam 240 mil postos de trabalho! Basta fazer as contas. Mas não. Neste País de nacional-bandalheira vai gastar-se o que temos e o que não temos para criar 10 mil postos de trabalho. Bravo. Parabéns, Chefe, a sério. O senhor é uma tola como não há outra.

O TGV será, de facto, uma obra de imensa utilidade. Já estou a ver os Portugueses com o rabinho refastelado a caminho de Madrid. O Santiago Bernabéu vai encher-se de bandeirinhas vermelhas e verdes para aplaudir o Ronaldo e o Mourinho. Claro que vai. Pelo menos para quem tiver 500 euros para o fazer.

Quanto ao resto, é melhor nem falarmos. Continua o regabofe. Certamente para assinalar o 28 de Maio, só no Gabinete do Chefe foram admitidos 12 novos motoristas. Pagos a peso de ouro, claro. Mas como é que querem ser credíveis lá fora com esta palhaçada? Ainda não perceberam que a credibilidade é, hoje como ontem, um valor inestimável?...

domingo, 23 de maio de 2010

Tadinha da Bruna...


Num país que tem um Parlamento enxameado de rabicholas, pedófilos e quejandos, a hipocrisia não tem limites. Atão não é que Bruna Real, uma professora de 27 anos boa como a milhaça, foi afastada do ensino pela Câmara de Mirandela, que considerou impróprio que a rapariga posasse nua para a Playboy?

Para gáudio das Mães de Bragança, as tais que ficaram todas contentinhas quando correram com as brasileiras do distrito (suas desgraçadas!, isso não se faz…) e de todas as catequistas, santinhas e demais alminhas que andam por aí a bater com a mão no peito e que à noite sonham ser violadas pelos gajos das obras, o mal foi cortado pela raiz – proibiram a Bruninha da docência de enriquecimento curricular da escola de D. Chama.

O que a Bruninha fez (em boa hora) foi aceitar o guito que a Playboy lhe pagou para tirar umas fotos inocentes. Deus a abençoe! O pessoal agradece… mas em Torre D. Chama não. Não, senhor. Era só o que faltava a rapariga vir-se dar àqueles despudores. E uniram-se todos, velhos e velhas, novos e novas, padres e freiras, para correr com a moça da escola.

O Ministério da Educação, dirigido pelos rabicholas do Governo, veio logo a terreiro dizer que ai, nessas coisas de gajas nuas, que nojo, credo, nós não nos metemos…

Mas que porra é esta? Alguém tem alguma coisa a ver com o que a Bruninha faz fora do local de trabalho? Mas que raio têm contra essa instituição chamada Playboy e que tantas obras de caridade já fez por sucessivas gerações de adolescentes deste País?

Para mim, a questão é clara: quem fica a perder é o ensino Português e, acima de tudo, os rapazes de Mirandela, que a partir de agora vão ter de voltar a sonhar com as vacas que têm lá nos estábulos. Que grande injustiça… Bruninha ao Poder, JÁ!!!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Eu acuso!


O Papa está cá. O País está de férias. O País está contente. O País está feliz. O sol brilha e as andorinhas chilreiam nos seus ninhos. Linda redacção de Primavera. Que reflecte o estado de espírito do maior biltre deste pedaço de terra mal amanhado que ainda não caiu no Atlântico porque não calhou – José Sócrates de seu nome.

Eu acuso: José Sócrates é um mentiroso! Um crápula que se serve do Poder para dar tachos aos seus amiguinhos rabicholas e que se está nas tintas para os Portugueses. Quem o ouvisse falar há poucas semanas, mais os seus muchachos, escutaria vezes sem fim – o caso português nada tem a ver com a Grécia. Estamos bem e recomendamo-nos.

Eu acuso: o homem (homem?...) mentiu com as letras t-o-d-a-s! Agora vem dizer que, ai, afinal e coisa e tal, os maus da fita são os tipos da União Europeia, que nos obrigaram a tomar uma série de medidas para pôr o défice na linha. Não, os patifes estão bem identificados e usam crachats do PS.

Eu acuso: José Sócrates é um corrupto de primeira água que recebeu um balúrdio pelo menos no caso Freeport. Todos o sabem e todos estão calados. Teve a cobertura de juízes que mandaram abafar o caso, inclusive dos trutas do Supremo Tribunal.

Eu acuso: José Sócrates é um falsete. Não é formado em Engenharia coisíssima nenhuma e obteve um diploma forjado, o que é crime. Ou pelo menos deveria ser, pois neste País para os patifes vale tudo.

Eu acuso: José Sócrates criou milhares de tachos para os seus muchachos, que recebem milhões de euros às escâncaras perante a total passividade dos trabalhadores Portugueses, espremidos até à medula e sujeitos aos sacrifícios mais torpes.

Eu acuso: com as suas políticas, José Sócrates arruinou o que restava da classe média Portuguesa, que nunca viveu tão mal nem nunca foi sujeita a tantos sacrifícios como hoje.

Eu acuso: José Sócrates é um incompetente, que não dá um passo para acabar com o despesismo que grassa nos ministérios e nas câmaras e que custa milhares de milhões ao País.

Eu acuso: José Sócrates mantém um milhão de parasitas neste país, gente que recebe para nada fazer e que serve de tropa de choque para defender os estandartes do PS se e quando for preciso.

Eu acuso: José Sócrates manipula a Comunicação Social deste País, seja oferecendo (via os presidentes de Câmara xuxas, com Lisboa à cabeça) casas aos jornalistas corruptos, seja tentando calar a todo o custo a TVI, alvo de uma tentativa de compra por parte da PT, seja perdoando dívidas astronómicas aos amigos joaquins, não é, Oliveirinha?...

Eu acuso: José Sócrates é um criminoso, um mafioso que, como outros xuxas supostamente com grande prestígio internacional e que roubaram Macau até ao tutano, deveria estar na cadeia!

Eu acuso: José Sócrates enraba os Portugueses e estes borram-se de medo e fazem a barba com o cuspe que lhe atiram para a cara.

Eu acuso: os Portugueses, cobardes e amêijoas que são, vão esperar que os Gregos e os Espanhóis paguem a factura da revolta para depois se porem em bicos-dos-pés e dizerem: ei!, nós estamos aqui. Também queremos! Povo de merda. Estamos à espera de quê?...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Leiam os meus lábios...



O Chefe sempre foi muito telegénico. Admiro isso no tipo. Sempre que soltava um flato vinha à Televisão alardoar aos quatro ventos as virtudes do seu aparelho gastro-intestinal. Depois levou o País à ruína. E agora está calado como rato que é.

Por cá, fomos sabendo, por Bruxelas, claro, que Portugal e Espanha “comprometeram-se a tomar medidas adicionais significativas de consolidação orçamental em 2010 e 2011” e que ambos os países vão apresentar essas tais “medidas” no Conselho Ecofin (reunião dos ministros das Finanças dos 27) que vai ter lugar no próximo dia 18 de Maio.

Ou seja, no mesmo dia em que Bruxelas (leia-se União Europeia) decidiu, e muito bem, criar um fundo de estabilização de 750 mil milhões de euros para salvar a moeda única, optou por dar um valente puxão de orelhas aos dois meninos mais mal comportados da sala – Portugal e Espanha. Refira-se que a Grécia, por indecente e má figura, já tinha sido expulsa.

O que é triste é que foi preciso saber por Bruxelas que o nosso País vai ser obrigado a tomar medidas draconianas. Vinte e quatro horas depois da decisão, o Chefe, sempre tão pródigo a botar faladura, ainda não tinha aberto a boca.

O que é que se vai decidir no dia 18? Pois bem, vai ser uma segunda-feira negra para os Portugueses – IVA a 22% (vai aumentar tudo…), aumento dos impostos sobre o álcool, tabaco, gasolina e automóveis, e penhora de uma parte do Subsídio de Natal. Isto para já, pois dentro de poucos meses seguir-se-á, pelo menos, o Subsídio de Férias e um corte de 20% nos salários da Função Pública e das reformas.

O problema do Chefe é que precisa de desencantar rapidamente 1.800 milhões de euros para cumprir a redução do défice prevista para este ano. Isto numa altura em que acabámos de embrulhar dois mil milhões de presente para os gregos…

A ironia disto tudo é que sucedeu no mesmo dia em que os milionários deste país ficaram 20% mais ricos, fruto das mais-valias geradas numa única sessão bolsista. Impressionante também é a desfaçatez do Chefe. Medidas? Claro. Contra os mesmos do costume. Mas nem uma palavra contra os 10 mil milhões que todos os anos são desperdiçados nos ministérios e nas câmaras. Bravo!

Já sabia que isto ia acabar mal. Eu e toda a gente. Mas todos preferiram ficar em silêncio. Repito: só temos aquilo que merecemos.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quero ser ministro das Finanças!


Confesso que ainda tinha uma vaga esperança que os nossos governantes (leia-se Bloco Central mais o CDS) ganhassem juízo. Erro meu. Pensam que a simples adopção do PEC vai ser a receita mágica para salvar o País da bancarrota. Ou melhor, pensam não. Estão é a fazer-nos de parvos, como é costume.

O PEC, em si, é uma mão-cheia de nada. Em menos de um fósforo, as agências de rating vão voltar à carga e condenar-nos à penúria. Ao nosso lado, solidária como sempre, teremos a orgulhosa Espanha. Ou não, pois os tipos são menos parvos que nós. O que é certo é que o barquinho da desgraça não vai andar só com a Grécia à deriva.

Mas eu, que sou um mãos-largas e não tenho licenciatura em Gestão, Mestrado em Economia ou um qualquer PHD, atrevo-me a dizer que faria melhor figura do que Teixeira dos Santos. Vejamos pois uma simples meia-dúzia de medidas que tomaria para não entrarmos no Titanic.

Primeiro: despedir 46.500 dos 47 mil motoristas da Função Pública. Desculpem lá o mau jeito, mas pouparia mil milhões de euros anuais ao erário público. Segundo: fim da palhaçada das mega-obras públicas. Leia-se Aeroporto de Lisboa e TGV. Poupança imediata: 10 mil milhões. Terceiro: tecto das reformas de dois mil euros, seja para quem for. Poupança anual: 1,4 mil milhões. Quarto: fim imediato do parasitismo dos subsídios: poupança anual de 2,5 mil milhões. Quinto: sindicâncias independentes aos ministérios e câmaras para acabar com o desperdício: poupança anual de 10 mil milhões. Sexto: obrigar os bancos a pagar o mesmo IRC que as restantes empresas. Mais-valia anual: três mil milhões.

Concluindo, caros amigos, com a adopção das medidas que proponho o Estado português pouparia qualquer coisa como 28 mil milhões de euros anuais. Ou seja, as nossas Finanças estariam mais do que saneadas, o défice seria controlado apenas num ano e a nossa dívida poderia inclusive começar a ser paga. Qualquer nabo vê isto. E por que é que estes gajos não conseguem? Ou não querem? Respondam vocês.

Ah!, é verdade. Sugiro ainda uma medida suplementar, porventura mais importante que todas as outras: importem tomates!