segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Espiões vão para a guerra


Quando era miúdo, fartava-me de rir com aquela rábula do Solnado a propósito da guerra, principalmente quando ele dizia que batia à porta da guerra e lhe diziam que aquilo estava fechado e teria de voltar mais tarde.

Finalmente admitido, Solnado, devido à falta de balas, foi obrigado a fazer a guerra com supositórios, o que devia meter um medo sem par ao inimigo. Quarenta anos depois, os portugueses voltaram à guerra, desta vez sem supositórios mas com algo muito pior – os nossos perigosíssimos espiões.

É suposto que ninguém saiba onde estão ou o que espiam os espiões, de forma a que a segurança destes seja salvaguardada. Mas isso não se aplica aos nossos espiões, não senhor. Os rapazes do SIS e do SIM são tão bons, mas tão bons, que o ministro da Defesa, o impagável Santos Silva, espalhou aos quatro ventos que a rapaziada, farta de tanto espiar o pessoal da Cova da Moura e só ver escuridão, vai agora para o Líbano e para o Afeganistão.

A esta hora, já se sabe, o pessoal da Hezbollah e da al-Qaeda está a tremer de medo. Corre o rumor, inclusive, que o próprio Bin Laden está a equacionar a hipótese de finalmente se entregar aos americanos só para não ter de enfrentar os super-espiões do SIS.

O Pentágono, aliás, recebeu um pedido de rendição formal dos talibans, aterrados com a possibilidade de enfrentarem os espiões que destroçaram a Intersindical. Robert Gates, secretário da Defesa dos EUA, já enviou os parabéns a Santos Silva pela ideia que este teve em divulgar qual a futura missão dos nossos valentes rapazes. Sabe-se que o próprio tio Obama espera a qualquer momento um telefonema do presidente iraniano a dizer que vai desistir do seu programa nuclear.