sábado, 13 de fevereiro de 2010

Redacção da Guidinha I


A apetência do Poder pelo controlo da Comunicação Social não é de hoje, é de sempre. No tempo da Velha Senhora não havia, como todos sabemos, Imprensa livre – tudo passava pelo crivo do lápis azul. Hoje, na suposta democracia em que vivemos, as coisas pouco mudaram, pois na essência continua a haver censura.

Aquilo para que muitos ex-jornalistas (os que estão no activo não podem, porque têm de pagar a conta da mercearia ao fim do mês) têm vindo a alertar está agora ao alcance de todos – o Poder político-económico (hoje não há qualquer distinção entre ambos) controla de facto a Comunicação Social, e sem qualquer pudor, como se pode aferir pelas conclusões que, a conta-gotas, vamos sabendo das sucessivas escandaleiras do Senhor Engenheiro.

Através do imenso saco azul que representa a PT (a EDP é outro, mas isso é outra história), o actual Governo tudo quis controlar. Começou pelo que era evidente e fácil – leia-se DN, JN, TSF e RTP. E depois procurou (e conseguiu!) silenciar o que era mais incómodo, a começar pelo Jornal de Sexta da TVI.

Com a colocação de jornalistas na prateleira (primeiro) e através do despedimento (depois), o Poder (leia-se síntese PS-PSD) logrou calar tudo e todos, indo mesmo mais longe e de forma mais requintada que nos velhos tempos (logo após o 25 de Abril) em que os estalinistas do Cavalo Branco manipulavam a seu bel-prazer através de conselhos de redacção fantoches.

Seria porventura essencial que Parlamento e outros mecanismos reguladores (inclusive o Conselho de Estado) apurassem até que ponto o Poder controla a Comunicação Social neste país e até onde vão os sacos azuis das mega-empresas. Se tal não for feito com seriedade (e os culpados punidos…) os Portugueses terão mais que legitimidade para pensar que vivem numa imensa mentira e que não valeu a pena acabar com o regime do Botas.

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