sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Pedro Passos Coelho - episódio 11


Este textículo é de autoria da minha mulher, Ana Margarida

Por falta de tempo, não passo muito tempo em frente do televisor. Mas sempre que nos media me aparecem os shares, gosto de apreciar. Ora tenho reparado que os portugueses adoram telenovelas e, sobretudo, reality shows e isso dá-me que pensar, pois neste sector Portugal tem uma novidade inolvidável e que não é um remake: Portugal e o Futuro.

Refiro-me ao reality show do nosso governo, do qual não quero dar grandes opiniões. Só me preocupa o porquê de os programas de informação, sobretudo os de horário nobre, das 8 da noite, não conseguirem atingir maiores índices de audiência.

Para além da emotividade das medidas de austeridade tomadas quase diariamente, anunciadas pelo nosso viscoso ministro das Finanças (não consigo sentir outra coisa em relação ao senhor, mas não tomem como pejurativo, pois a viscose é um óptimo material) ou mais raramente pelo próprio nosso Primeiro, estas declarações deveriam criar tanta adrenalina nos portugueses como o body jumping.

Ainda hoje, 13 de Outubro, com um ar de patrão para empregado: quem me dera pagar-lhe 1500 euros, mas só posso dar 490 – Pedro P. Coelho anunciou que a função pública e os aposentados que auferem mais de 1000 euros perderão o 12º e 14º meses. Ora vejamos, isto faz muita gente feliz: “Ó Júlia, isto não tem nada a ver com a gente, ainda bem que só ganhamos o ordenado mínimo!”.

Quanto à meia horazita a mais no dia de trabalho - depois de dar o pequeno-almoço aos miúdos às 7 da manhã, fazer a merenda, levá-los à escola, fazer o seu trabalhinho, ir ao Continente, fazer o jantar e ouvir a declaração do nosso Primeiro, isto tira logo a vontade a qualquer um de ir passar-a-ferro ou de ver o “Remédio Santo” e “a Casa dos Segredos”.

Estou convencida que futuramente os portugueses (que puderem) vão escolher a telenovela Pedro P. Coelho, até porque cada vez vai ser mais escaldante e levar o país a afundar-se.

Mas temos a nossa estrelinha de sorte. Estamos no Atlântico... Imaginem se estivéssemos no Alaska.

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