terça-feira, 18 de setembro de 2012

As trombas da malta da CP

Poucas coisas me irritam mais do que pagar (e no caso vertente pagar bem…) e ser mal atendido. Para mal dos meus pecados, isto acontece de forma recorrente com o pessoal da CP. Piores que eles só mesmo os parasitas das Finanças… Já se sabe que a malta da CP tem muitas caras – senhoras da limpeza, operários, pessoal administrativo, revisores, maquinistas, os senhores das bandeirinhas… todos, porém, têm uma coisa em comum: são uns trombudos que dá dó. Das múltiplas espécies da CP, há duas que me chateiam em particular – aqueles seres super-inteligentes que estão nas bilheteiras e os revisores, ou picas, como a malta carinhosamente os designa. Comecemos pelos primeiros. Desconheço (nem estou interessado em saber…) qual a categoria profissional que designa a malta das bilheteiras – pessoal administrativo?, técnicos de vendas?, lixo excedentário? Bom, passarei a designá-los, para simplificar, como bilheteiros. Vejamos. Se porventura algum cliente da CP tiver dúvidas quanto a determinado trajecto ou se há composições alternativas às sazonais greves, os bilheteiros têm uma fórmula mágica: “Dirija-se às Informações”; se for confrontado com o facto de as ditas não existirem, rosna entredentes: “Terá de ir à estação tal e tal…”; questionado quanto à razão de não prestar quaisquer informações (as mais das vezes simples…), lança um olhar furibundo e uma última tirada: “Isto aqui é para vender bilhetes…”. Poder-se-ia pensar que o estado de espírito destes seres superiores, tão inteligentes quanto sagazes, varia de estação para estação. Puro engano. São todos feitos da mesma massa – 9º ano incompleto, naturais das berças, QI 75. Passemos aos nossos amigos picas. Iguais no perfil aos primos bilheteiros, têm porém uma particularidade que os distingue: o corpanzil. Mistura de dogue argentino e de vaca bravia ribatejana, controlam carruagem após carruagem, alicate numa mão e a outra livre, pronta a defenestrar o primeiro incauto que se lhes atravesse no caminho. A particularidade que acho mais espantosa nos picas é que são mudos. Controlam 50 pessoas por carruagem sem uma palavra, um murmúrio sequer. Para os mais distraídos ou os que adormecem, recorrem ao simpático toque no ombro. Se não resultar, o clássico empurrão revela-se remédio santo. Em suma, adoro a malta da CP. Fazem-me lembrar os defuntos funcionários da Rodoviária, que de greve em greve e de trombas em trombas acabaram a trabalhar para a Scotturb a troco de 600 euros por mês. Os poucos que lá estão, porque os outros foram despedidos.

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