domingo, 3 de outubro de 2010
Quando vamos acordar?
Portugal continua a brincar. E os Portugueses assistem, impávidos e serenos, às sucessivas patifarias que uma classe política miserável continua a praticar, impune e a seu bel-prazer. Vem isto a propósito das recentes medidas anunciadas pelo Senhor Engenheiro para, segundo ele, salvar o País. Falso. Vamos ver porquê.
Apesar de serem medidas fortes – designadamente o aumento do IVA e os cortes salariais na Função Pública -, são ainda claramente insuficientes. E porquê? Porque Portugal depara-se, essencialmente, com dois enormes problemas: o Estado tem de ter dinheiro para honrar os seus compromissos e fazer investimentos imprescindíveis; e torna-se mais que necessário sanear as finanças da Segurança Social, de forma a que todos os que descontaram tenham direito à sua reforma.
É evidente que os políticos sabem o que é necessário fazer para salvar o País. Contudo, se o partido do Poder (chame-se PS ou PSD) o fizer sabe que irá perder as próximas eleições. Conclusão? Não querem saber do País, mas sim dos tachos, tachinhos e tachões a que estão agarrados. Mas isso todos sabemos. Vejamos então que seria necessário fazer.
Da totalidade das receitas do Estado, um pouco mais de 70% destina-se a pagar os ordenados dos mais de 700 mil funcionários públicos. E então que dinheiro sobra para pagar o serviço de dívida? Pouco. E para investir? Nada! Pois é, meus amigos. A única, repito, a única, forma de o Estado Português ser exequível consiste em despedir um terço dos funcionários públicos, isto é, cerca de 230 mil pessoas.
É tal medida possível? É, basta quererem. Se esse passo fosse dado haveria um grande impacto social? Sim, bastante considerável, pois a taxa de desemprego iria disparar. Contudo, as finanças Portuguesas seriam finalmente saneadas. Pagar-se-ia o serviço de dívida (isto é, os juros), a própria dívida poderia ser amortizada e paga num período de 10 anos e, mais importante que tudo, haveria dinheiro para investimentos, o que iria criar dezenas de milhar de postos de trabalho.
E no que diz respeito à Segurança Social? Que fazer para sanear as finanças e assegurar as nossas reformas? Aqui a questão é mais simples. Ou não, porque mexe com interesses de gente poderosa. Bastariam duas medidas muito simples: ninguém, absolutamente ninguém, poderia ter mais que uma reforma; por outro lado, teria de se impor um tecto – o montante de 2.500 euros seria mais do que razoável. É possível? É, basta quererem.
Mas não se aflijam. Dentro de seis meses, cá estará de novo o Senhor Engenheiro a anunciar mais medidas suplementares para, supostamente, salvar o País. Alguém quer apostar?...
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