sexta-feira, 16 de julho de 2010
Por favor, matem o polvo!
Leio nos jornais que, se não existissem apoios sociais, metade da população portuguesa estaria na pobreza. Ou seja, viveria com menos de 400 euros por mês. Vamos ser sérios. Fizeram o 25 de Abril para quê? Para isto?...
Portugal sob Salazar era um país onde valia a pena viver? Não. Ponto. Toda a gente estava enjoada daquela brigada do reumático, da falta de liberdade para escrever textos como este, da guerra colonial e de coisas do género.
A pobreza sob Salazar era confrangedora? Era. Doía. Mais de metade da população vivia em condições miseráveis e o analfabetismo era endémico. É verdade que existia uma classe média relativamente forte, na qual aliás se apoiava o regime.
Vamos ver. Se as manchas de pobreza salazaristas eram enormes, se existia analfabetismo galopante e uma guerra que roubava a juventude aos nossos rapazes, valeu a pena fazer o 25 de Abril? Valeu.
A Revolução dos Cravos foi linda. Uma quimera onde cabiam todos os amanhãs. O problema não foi o 25 de Abril, mas o que se lhe seguiu, tal como aliás Marcelo Caetano e Spínola temiam – o poder caiu na rua e foi um fartar-vilanagem de uma nova classe política que mais não fez do que encher os bolsos à custa de Bruxelas e, claro está, de uma classe média que foi pura e simplesmente desmantelada.
Todos conhecemos exemplos deste ou daquele político que enriqueceu fruto das manigâncias que o poder permitiu. Esse mesmo poder que resultou da dualidade PS-PSD e que se transformou numa progressiva mexicanização – o polvo (não, não é o Paul…) cresceu, tornou-se um monstro e os seus tentáculos abraçaram o país.
PS e PSD fizeram crer que para além deles era o caos. O povo acreditou. Até com alguma razão, diga-se. Qual a alternativa? O PC? O Bloco? O CDS? Por favor, não me façam rir.
Ano após ano, a nossa economia foi sendo torpedeada – a agricultura, as pescas e a indústria caíram nas mãos da Banca. Quanto à classe política, essa, foi regiamente paga para fechar os olhos a esse crime capital: a finança, mero instrumento da economia, passou a ditar as regras do jogo. Resultado: uma catástrofe anunciada.
Hoje, em pleno naufrágio, Portugal precisa de um Governo de união nacional. Os tempos são graves e há que deitar mão ao que for possível salvar para tornar a pôr isto nos eixos. Não vai ser fácil e vai doer. Infelizmente, Manuela Ferreira Leite pode vir a ter razão – poderá ser necessário suspender a democracia. E Portas também tem – PS, PSD e CDS devem entender-se. A menos que queiram os militares novamente na rua. Mas desta vez com sangue.
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Maria da Soledade
ResponderEliminarO regime chamado Democacia Orgânica, não tenhamos dúvidas, estava aprodrecido. Um só homem tinha nas mãos todas as pontas dos cordelinos, nada fez para desenvolver o país. Considerava-se providencial e os homens nessa circunstância, deixam apenas o vácuo. Foi o que acomteceu. Da revolução saiu a liberdade de ser medíocre. Ora uma revolução, apenas pode evoluir com gente capaz de agir sem interesses mesquinhos e capacidade de trabalho. É muito fácil governar, sempre a contar com o sacrifício do povo, através de aumentos sucessivos de impostos.
O Zé povinho, na democracia que temos, só conta
quando vai a votos. Os governantes logo se esquecem. Governam-se a eles e aos que nunca souberam o que é trabalhar, basta estarem habilitados com o cartão do partido.
Beijos